quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Fantasia


Lembra quando todos eram mais felizes, sorriam por qualquer motivo e as coisas mais importantes eram ver o riso de uma criança, um pôr de sol, um grande amor e a paz de um domingo?


Que será que fizemos para apagar o riso, porque será que as cores ficaram mais pálidas? O que fizemos contra nós mesmos para esquecermos de caminhar na chuva e espiar ninhos de passarinhos? Morreu a fantasia, morreu a criança que vivia dentro de nós?


Deixamos tudo isso acontecer e nem nos apercebemos. Gastamos nosso tempo na televisão, no telefone, na internet e deixamos para trás a nossa alma, as horas de papo com os amigos, o passeio de mãos dadas e o cafezinho no boteco... Queria te convidar a sonhar.


Não, não é para mais um sonho do que se vai comprar, adquirir e se entupir. Sonhar infantilmente, por nos olhos a candura pueril, os lábios quase falando a ânsia da alegria, navegar na FANTASIA! Vá correr sem medo e, em todo o desapego, igual correr na estrada com poeira sem pensar na sujeira, brincar com o sentimento, ser novamente num momento apenas garoto, maroto, arteiro e eterno.


Pois não há inverno para quem corre no sol, não há inferno para quem tem nos olhos o brilho de um farol. Nunca haverá paz em qualquer rincão do universo se dentro de nós, frutos da criação, ela não habitar antes.

Horizonte


Vento oeste o que levais contingo?
Deixe apenas amigos, pedras, água e terra.
A suas margens finais descobertas
Vento oeste.

Levais as dores, magoas e intrigas,
Deixa apenas amigos.
E agora o encontro contrário,
Oeste de ouro pintado esta.

Fico contigo vento, contemplando esta pintura.
Invisível essência, tens a melhor...
Pois tu, vento oeste...
Nada se pode ver

Somente sentir

Sinta!

Vida


Foi à essência que nos trouxe aqui
O destino parecia incerto
E aos poucos foi revelador
A vida irrita!

Palavras e discursos
Caminhos sem chegada ao fim
Metades com sentimentos de bem estar
A vida, não irrita?

Você me conhece?
Ninguém se conhece quando anoitece
E jamais o mundo na tristeza resplandece
A carta que nunca chegou...

Mente sã e dias de angústias
Embebedados no discurso consolidado
E a manha parece cair, ou sair...
Que nos trouxe aqui?

Vida!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Saudade


O sol nasceu mais tarde, mas não sei onde estou.
A lua parece ser crescente, mas, ainda... onde estou?
Perdido na noite.
Busco saídas, encontro entradas.

Saio de dentro e de fora não encontro nada
Mais um dia de refúgio no quarto escuro.
Só não sei quantas noites foram
Intrigas e poesias

Inspiração que vai e vem
E o trem, o que levastes?
Partiu e fiquei, e os pedaços de tantas interrogações.

Medo
Amor
Família
Amizade
“Saudade”
Dor

Quero buscar o passado
Lá estou, e no presente, nada restou.
Não a passado sem dor
Não a lembranças sem passado

E de dor e passado
Aniquilado ficou.
“Saudade”,
Quem eis tu?

Amá-la


Talvez a sabedoria nada adiantará
As tardes não voltarão
E você foi partida
De verão

Adio o relógio de diamante
Os ponteiros de dias
e a de haver horizonte
Sem as palavras de amante

Não sei onde estou,
não sei onde estais,
Não existe saída...
Mas amar é o que restou

Amarte-ia!
Vida, corrida, sertanista!?
Morre a esperança duradoura
E estes sonhos roubados?
Já é verão e aqui apenas, apenas;
Apenas, apenas...

De longe que vem o perto
E que de longe trouxe a insensatez
A volúpia volumosa
De amor e timidez

Amar-te-ia
Adorar-te-ia
Respeitar-te
Sempre!

Espero o que é nostálgico
Na vida, na vila.
Longe e relativo
Perto e descritivo

Amá-la
Amá-la
Amá-la
Amá-la

Na espera!

Insônia

Estas noites que viraram dia,
o incerto certo e, lembranças tardias...
Espelho sem reflexo
e brilho sem olhar.

Amanheceu?
Já é noite ou dia?
Neste labirinto encontro-me só
Não sei se é açoite, não sei o que resta.

Encontro abismo, mas também um castelo.
E foi ele quem me salvou...

(d)eus


Lembro-me de pequenas coisas da infância
Esforço-me e, vagamente a lembrança pinta um pequeno quadro imaginário.
Ruas, casas, bicicleta, família...
Mas não vem a minha busca.


Afinal o que busco?
Talvez tenha que ser assim mesmo, não encontrá-la.
Nesta infinita busca é que tropeço na arte
Mal escrevo, e escrevo mal.


Daria tudo pela liturgia, não fosse o padre tarado.
Então busco Platão, esbarro em Aristóteles...
Bendito seja ele, “Deus”.
Mal sabe que virou uma celebridade,


Penso logo não durmo.
Como seria Jesus Big Brother ?
Capitalista, narcisista...
É os seus multiplicadores pregão exatamente isso!


Vou nesta sinuosa escrita tentando entender grandes indagações
minhas e, de outras pessoas também.
Enquanto isso o planeta aquece,
as doenças se multiplicam,
e muita gente esperando você voltar...


Eu desisti.


Se existe, nos esbarraremos, na busca constante de existencialismo,
desta raça em extinção,
Pretensiosamente chamada de humana.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Tentativas desesperadas


Tentativas desesperadas, escritas sublimes e algo que eu mesmo não sei, ou tenho medo de esboçar. Bem vindo seja o vento, na hora certa para afagar meu coração desamparado.


Tocai o sino de minha alma e de fúria resgata os segredos que tenho a lhe contar. Venha ao fundo do meu espírito resgatar as mais belas paisagens que se escondem pôr medo dessas incertezas.


Venha vento, mas não apague minha vela da solidão, deixe-a iluminando minha noite, vá ao paraíso e volte com noticias de afeto, traga consigo uma esperança e uma nova luz.


E agora que vós passastes fico em silêncio esperando até retornar, ouvindo a batida do meu coração e o suspiro da alma. Inspiração profunda que faz elevar o pensamento e escrever essas palavras, frases e textos.


Não venha me fazer chorar porque com lágrimas aos olhos já estou. Minha inspiração de ti não depende. Uma música, pensamentos, indo ao encontro do meu imaginário infinito.


Comparações insanas, se achar que escrevo para o sofrer, saibas que não é por ninguém. Não discuta com o coração, ele conduz minha vida e agora minhas mãos.


Ele digita sabedoria e não dor. Ele se atenta em saber o certo na hora certa, por esse motivo conduz essa conversa com meu eu.

E agora que ti fazes presente vou fechar os olhos e sentir o aroma que traz do meu paraíso. Ficarei quieto e atento, mostre-me novo horizonte e novo caminho. Quero ser seu discípulo e seu anfitrião, ser seu conselheiro e seu guardião.


Mas não me traia, seja sincero e honesto, pois vós ventais minha vida e minha trégua.
Venha logo, não demore, preciso de ti, e você de muitas coisas que tenho a ofertar.

Entre Nuvens


Entre Nuvens

Entre nuvens ficou algum pensamento
Do alto vejo tragédias
Ao oeste vejo esperança
E a frente, gente!

Súbita dor sem misericórdia
Sinuosas ruas,
Horizonte de paz
Gente gananciosa

Entre nuvens já passou
Agora é dor
Vejo abaixo a chegada
E de novo o velho cheio de confusões

Na espera adormeci
E o sonho foi dentro de outro
E horas impiedosas foi apenas sono
De gente que sofre

Não sei quando despertarei
Continuo anestesiado
Pelo sonho desta gente
Que sofre, que briga, mas não pensa.

Quero voltar para as nuvens...
Resgatar meu pensamento
Posso ficar nu,
Pois desta gente não quero nada

Televisão



Às vezes me preocupo demais e, na medida do possível tento não ser mais um nessa vastidão de creu e de piriguetes. Faço um filme imaginário do passado e tento descobrir onde está o erro, mas difícil, não sei encontrar culpados, mais fácil apontar a hipocrisia e, nesta desigualdade suburbana carrego anseios perto de tanta gente, que pensam junto aos erros, descem e catam a adoração hipotética da banalização do Brasil, país maravilha, do futebol, da mulher pelada, do Rio e, suas cafonices.
Continuo na inércia inconsciente tentando apostar que aqui ainda tem jeito, mas cada vez que desço encontro pista dos culpados desta bagunça generalizada, das CPI’s intermináveis, de cartões e saques!
Já foram inúmeras vezes a decepção assistida, imobilizado observo, as pessoas que observam mais um paredão, recheado de fantoches estereotipados, que só me faz encontrar onde esta o erro desta bagunça chamada Brasil.
Pátria amada ensolarada salve, salve meu País, berço de estória, misericórdia ô pátria amada, e salve o salve nesta vida de hipocrisia, e no Ipiranga que não existem mais margens, a esperança adormecida.
Pode parecer um devaneio de raiva, de revolta, mas não desistirei, assim como milhares gritam nunca te abandono no coro do engano, no estádio da estagnação da cultura. Serei fiel... Com a nostalgia que me atrai as boas influências e, tanta saudade de algo que às vezes nem sei o que é.
Também não sei porque escrevo, esboço pensamentos, exponho-os a poucos, enquanto muitos pedem mais, não sei onde vou chegar e, às vezes não sei se quero chegar, ou fugir. A única certeza é que sou apenas mais um, vou neste baile da vida, esbarrando em gente que maltratam a si mesmo, com ódio, com performances, com grandes psicólogos da modernidade. Só quero um dia lembrar que fiz algo por aqui, que seja assim em simples palavras, recheadas de musica, arte, livros tentando mudar algo, sem televisão!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Nostalgia


Voltei
Foi ontem pensando em você
Deixei a insônia
19:05 pm

Foi ontem,
E o dia hoje nasceu tarde!
Na espera adormeci
E sonhei com você

Senti saudades de janeiro,
Senti saudades de fevereiro,
E o tempo parou por instantes...
Paralisou as pessoas que fui buscar

Veio o passado ao presente,
Mas foi apenas sonho
Despertei e me senti só,
Voltei...

Procuro esconderijos, mas é sonambulismo,
Encontro você, mas não posso vê-la,
Sinto que é sonho dentro do sonho
Dentro do sono,

Frio de inverno e, estou sem você!
Longe posso escutar um sinal de morte,
Mas é vida, de passado e glória,
Sem medo de cemitério,

Morte!
Quem nunca morre?
Vontade de beijar-te,
É hora de recorrer à minha fiel escuderia,

Mas ela lhe acompanha também...
Ninguém viverá sem antes uma música tocar,
Ela acompanha a todos
Sem ela não haveria poesia, paz, lágrimas em um olhar,

Talvez apenas algumas palavras.
Nem silencio, nem guerra, nem sorriso nem nada.
Talvez apenas estrada...
E chegando ao fim, que não existe horizonte e nem infinito!

Ou talvez ele exista?
Talvez...
Mas você minha fiel escuderia
Nostalgia
É que vale a vida!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Criança



Gritos e risadas
Epanto e... muitas gripadas!
Aa-tim!
Vem, vem meu “xanim”
Pé na terra
Jabuticaba madura
E eu?
Visto esta armadura.
Leite com chocolate
Café que molha o pão
E à tarde o pic-enconde na escuridão.
Estórias para dormir,
Trabalho para acordar,
Solidão para resistir

Criança para sempre sonhar

Saída


A lua inspira minha sensibilidade
A água maltrata minha angustia
E o sol vem me dizer:
- rapaz pare de sonhar!

É então, em meu mais secreto esconderijo;
Satisfaço meu gosto pela noite.
Tenho medo
Mas,
É impiedoso como maltrato meu ego esperançoso
O compasso é discípulo da minha insônia
Repouso seguro
E bom dia já se foi
Junto com minhas grandes melancolias
Perdido digo adeus,
Ao encontro estou
Mas de mim,
Preciso me perder

Ao amigo Vinicius Poly

Limpeza



Você
Dois passos e se perca
Conte os pássaros
Agora desista

Você
Não insista
Apavorar-te-ia?
Berço lusitano
Bom dia
Abra a porta

Você

Permita-se esta limpeza

Norte


Magnitude sem virtude
Deslumbre e desejo
Realeza e anseios
Prisões
Maldito fio metal
Norte
Desenvolva a vida
Pobres ricos
Felizes pobres
Psicose da morte
Música para acalmar
Longe ao norte
Vá desigualdade